sexta-feira, junho 15, 2012

Documentos medievais do Mosteiro de Vairão demonstram que o território de Varzim ia do Mar aos Montes de São Félix e Cividade de Terroso

Ultimamente graças à Internet, cada vez mais informação sobre a época medieval tem sido posta a público. Tudo centra-se à volta dos manuscritos do Mosteiro de Vairão preservados na Torre do Tombo e estudados por motivos linguísticos, dado que são dos mais antigos textos onde a língua portuguesa começa a transparecer. E, para a Póvoa isto é extremamente relevante pois esta época não está estudada em detalhe, nem tem sido dada importância e que explicam e muito o porquê do foral da Póvoa de Varzim em 1308. E, na realidade demonstra a ignorância que muitas vezes é dita sobre a Póvoa e o seu peso histórico, bem como a verdadeira extensão do seu território.

 A Póvoa, antes do foral, era já um espaço bastante relevante, com uma honra de cavaleiros, a Honra de Varzim. Esta honra não era um aspecto feudal menor, mas sim um grande senhorio feudal, que governava um vasto terrório que ia do Mar ao Monte de São Félix (Subtus mons Lanudos) e ao Monte da Cividade de Terroso (Subtus Mons Civitas Terroso).

A expressão “subtus mons”, sob o monte, é muito característica da documentação medieval portuguesa e, como Carlos Alberto Ferreira de Almeida teve ensejo de demonstrar (ALMEIDA 1978: pp. 25-27; ALMEIDA 1992: pp. 382-383), não corresponde apenas a uma relação de dependência topográfica (que muitas vezes nem sequer existe), mas sobretudo a uma dependência de carácter administrativo e militar. (http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3886.pdf)

Villa Verazim ... subtus mons Lanudos territorio Brachara discurrente ribulo mare. (1198 OUTUBRO 24)

Verazim ... subtus mons civitas Terroso discurrentes aquas ad mare, territorio Brachara (1202 JUNHO 25)

Isto demonstra que o concelho da Póvoa é de origem medieval, por alturas da fundação do condado portucalense em 1095, altura em que D. Henrique designa D.Guterre como Senhor de Varzim. Mais, os senhores de Varzim faziam questão de demonstrar, como é visível nos manuscritos medievais de Vairão, que tinham bens em Argivai, Laundos, Terroso e Rio Mau.

sexta-feira, maio 04, 2012

História Antiga da Póvoa

Vencer o Mar, Ganhar a Terra de Sandra Araújo de Amorim, é provavelmente o melhor livro sobre a história da Póvoa de Varzim, uma lufada de conhecimento e qualidade académica que não existia até então na Póvoa.

É concerteza a biblia da Póvoa para a época que estuda. Contrasta bastante com a obra enfadonha e paroquial de "A Póvoa Antiga" de Manuel Amorim e outros, que tem sido erradamente venerada pela câmara e na verdade pouco contribuiu para a história local.

A ignorancia contudo tem vindo a dar lugar ao conhecimento. E mais informação tem vindo a ser posta a público que não é coberta por esta obra:  nomeadamente ao período entre a fundação do Condado Portucalense ao Foral de 1308, onde a história local mais uma vez prova mesmo ser de importância nacional num país onde se acreditava que não existiam grandes tradições feudais.

Outro facto interessante tem a ver com as divindades adoras na região antes do cristianismo: Cosus era o deus único adorado na região castreja onde se situa a Póvoa. Estudos da Universidade de Alicante demonstram que Cosus era equivalente castrejo do Deus Marte. Por coincidência ou não, o deus romano aparece na ara-votiva guardada no Museu Municipal.

Energias renováveis alternativas ganham novo impulso

Especialistas de 36 centros de pesquisa europeus anunciaram que os resultados do estudo da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre soluções de energia solar térmica e bombas de calor estarão concluídos no final de 2012.

O grupo de trabalho da AIE – Task 44/Annex 38 – reuniu-se pela primeira vez em Portugal, na Póvoa de Varzim, para debater a otimização e a sustentabilidade dos sistemas que combinam energia solar térmica com bombas de calor. A Energie, empresa portuguesa líder mundial de sistemas solares termodinâmicos e membro da Task 44, foi a promotora da reunião, em parceria com o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

O grupo de trabalho apresentou o ponto de situação do estudo que teve início em 2010 e que dá um novo impulso a soluções alternativas de energia renovável.

A grande vantagem dos sistemas combinados de energia solar térmica com bomba de calor, entre os quais se encontra o sistema solar termodinâmico da Energie, é a redução significativa do consumo de eletricidade da bomba de calor e o aquecimento/arrefecimento 24 horas por dia, ao contrário dos sistemas solares térmicos tradicionais.

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sexta-feira, abril 27, 2012

Teatro Garrett. Será desta?


O Fundo de Turismo libertou verbas que cobrou do casino para recuperar o Teatro Garrett para recomeçarem as obras em Setembro. Mas já nem o presidente da Câmara acredita muito nisso.

Este contratempo insólito que já dura uns anos, deveria ser aproveitado para rever alguns aspectos do projecto. Nomeadamente, lugares sentados no auditório principal, que vai ser reduzido do original, um erro que pode sair caro numa altura em que o número de lugares é visto, internacionalmente, como relevante para os teatros.

Também é necessário rever o acesso ao teatro pela Avenida Mousinho de Albuquerque, que será concerteza a principal entrada e que poderá ajudar a revitalizar aquela artéria e a dar mais visibilidade ao teatro. Seria ideal a demolição da garagem ali instalada e assim fazer-se uma entrada condigna. Aquela garagem não está ali a fazer nada a não ser a degradar a imagem da avenida. São dois coelhos de uma cajadada.

quinta-feira, abril 26, 2012

De Parque de Ondas a Parque de Ventos

Ondas de milhões abandonadas 

 

Arrancou na Póvoa de Varzim, em Setembro de 2008. Com mais de dois anos de atraso, o projecto ‘Parque de Ondas da Aguçadoura’ era a grande aposta de Manuel Pinho, ministro da Economia do Governo de Sócrates. A iniciativa, que pretendia gerar energia a partir das ondas do mar, acabou por não resultar – e a infra-estrutura, que custou milhões, está agora ao abandono no porto de Leixões.

Por:Catarina Gomes Sousa


O projecto, avaliado em nove milhões de euros, teve uma participação de 15% do Estado. Foi então criada a Companhia da Energia Oceânica, uma empresa operacional com a participação da Enersis (à data, detida na totalidade pela Babcock & Brown) e da Pelamis Wave Power, que construiu a infra-estrutura. A EDP também entrou na iniciativa como parceira, já que é proprietária do cabo que transfere a energia do mar para a terra.

O primeiro projecto ‘Parque de Ondas da Aguçadoura’ não resultou, apesar da tentativa de reparação que levou a EDP e a Efacec a adquirir, por 2,5 milhões de euros, os 77% que a Babcock & Brown detinha. Assim, a empresa pública de energia ficou com a posição maioritária do consórcio. Meses depois, a Pelamis abandonou a iniciativa e foi substituída por outra empresa – que apresentou o ‘Wind Float’, um novo protótipo que ainda hoje funciona na Póvoa de Varzim. 

 

quinta-feira, abril 12, 2012

Alguém me explica por que é que o porto da Póvoa é um porto secundário?


O Porto da Póvoa de Varzim é um porto natural artificializado de grandes dimensões nada a ver com os restantes portos secundários, além de estar estrategicamente localizado no Norte de Portugal. Apesar das suas dimensões (superior a portos principais),  localização e história relevantes, é relegado para segundo plano (na realidade terceiro) e equiparado a portinhos sem qualquer relevo.

É apenas mais uma prova que a Póvoa tem vindo a ser prejudicada por políticos sem escrúpulos,que para além de parasitarem os impostos dos portugueses para usufruto pessoal e de amigos, manipulam a seu bel-prazer as políticas do país: brincaram e continuam a brincar com o país, nem vão presos, pelo contrário levam palmadas nas costas, recebem reformas chorudas e tachos em empresas públicas e privadas. A Póvoa, na verdade, é um belo exemplo da falta de estratégia nacional.

O Deputado na Assembleia da República
Que tem falado na assembleia da república o senhor deputado do PSD, Afonso Oliveira. A questão das areias? é importante, mas não chega. Ele disse que é desta que, na Assembleia da República, a Póvoa terá um parlamentar de um grande partido a trabalhar em prol do desenvolvimento e dos interesses da Póvoa e da sua região. Isto depois do desaire completo da última deputada do PSD local, cujo nome já não interessa a ninguém, que demonstrou aos poveiros o quão inútil (e até negativo) pode ser um deputado, mesmo de origem local.

Ligações úteis:
Marina da Póvoa
Capitania do Porto da Póvoa de Varzim
Porto da Póvoa de Varzim (wikipedia)

quinta-feira, março 29, 2012

Census 2011 na Póvoa de Varzim

A Póvoa de Varzim, como um todo, perdeu habitantes entre 2001 a 2011, foi um momento histórico, pela negativa, para a Póvoa. Os dados mais recentes mostram que a perda foi menor que a projectada, e situa-se em -0.1%, ao contrário dos -0.2% apontados inicialmente.

Um olhar mais cuidado sobre o census, vemos que o centro da cidade continuou a aumentar de população ganhando 610 habitantes, um crescimento de 2.1% para 28420 habitantes, o que é positivo. Beiriz viu aumentar a sua população aumentar exponencialmente, uns impressionantes 14.1%, o que equivale a  apenas 454 habitantes, mas para uma freguesia que nem 4 mil habitantes tinha, é bastante. Basta pensar na proximidade ao centro da cidade e nas quintas pitorescas.

Freguesias que cresceram:
P Varzim  28420 +610 (+2.19%)
Beiriz        3683 +454 (+14.1%)
Balazar     2543 +68 (+2.75%)
Terroso     2528 +56 (+2.27%)

Mas foram as 4 freguesias a norte da Cidade que na verdade contribuíram para estes valores históricos e desastrosos: Aver-o-Mar perdeu 287 habitantes, Estela perdeu 280, Aguçadoura menos 273 e Navais, 204, uma freguesia já de si muito pequena. Em termos de percentagem as freguesias que mais perderam habitantes foram Navais (-12,12%), Estela (-10,79%) e Aguçadoura (-6,03%), todas com perdas significativas.

A Ver-o-Mar     8675 -287 (-3.20%)
Estela               2316 -280 (-10.79%)
Aguçadoura    4257 -273 (-6.03%)
Navais             1479 -204 (-12.12%)
Amorim            2784 -72 (-2.52%)
Laundos          2055 -76 (-3,57%)
Rates               2505 -34 (-1.34%)
Argivai             2163 -24 (-1,10%)

O impacto na reforma administrativa
Estes valores lançam novos dados para a manutenção de certas freguesias. Quatro freguesias da Póvoa não têm sequer 2500 habitantes, que é um valor diminuto para freguesias do litoral. Neste grupo de freguesias pequenas temos: Navais, Laundos, Argivai e Estela.

Convém lembrar, que todas as freguesias, à excepção da sede, são freguesias pequenas, nenhuma chega sequer aos 10 mil habitantes. Mas no novo panorama de freguesias nacional, muitas freguesias de zonas urbanas terão à volta de 40 mil habitantes, este é o valor escolhido para as freguesias no Porto.

O Póvoa Semanário verificou que a população de Beiriz vê com bons olhos a fusão da sua freguesia com o centro da cidade. Mesmo não sabendo dos planos que preveem a aglutinação da freguesia ao centro, é das primeiras sugestões que a população faz. O mesmo ocorrendo, naturalmente, com a população de Argivai.